Os efeitos da linguagem corporal

“Nas unhas do homem, nas mangas do paletó, nos punhos da camisa, nos joelhos da calça, nos seus movimentos – em cada um desses traços a ocupação de um homem se revela. É quase inconcebível que todos esses traços reunidos não sejam suficientes para esclarecer, em qualquer circunstância, o investigador competente” (Sherlock Holmes).

Muito antes do desenvolvimento da linguagem oral, os símbolos e as imagens já constituíam formas de comunicação, de elementos de representação cultural e de práticas sociais.

Por meio dos desenhos, das cores, dos sons e dos ritmos, além dos elementos como água e o fogo, as mensagens, as regras, os valores e as formas de convivência em grupo eram transmitidas.

Face seu processo evolutivo, em meio a necessidades, descobertas e vida em sociedade os homens foram aperfeiçoando técnicas e habilidades na forma de comunicar-se, fazer-se compreender. É nesse contexto que as manifestações corporais como linguagem não verbal passaram a ganhar ênfase nas ultimas décadas, em particular nos ambientes organizacionais, como ferramenta na identificação do comportamento humano e seus impactos, principalmente pela reconfiguração do papel do profissional nesse milênio, cujas habilidades essenciais perpassam pela capacidade de avaliação, de percepção e de adaptação.

Entre os sinais de comunicação entre duas ou mais pessoas, as expressões faciais, os estados de humor e a postura corporal emitem as condições de diálogo entre o emissor e o receptor de uma mensagem. Para Allan e Barbara Pease, pesquisadores do relacionamento humano, “…a linguagem do corpo é o reflexo do estado emocional de cada pessoa constituindo valiosa fonte de informação”. Lembram ainda que as pessoas quando felizes, sorriem; abraçam demonstrado afeto; quando tristes, ficam caladas; se contrariadas ou zangadas, franzem a sobrancelhas; ao negar alguma coisa balançam a cabeça para os lados etc. Considerando que cada pessoa traz consigo emoções, sentimentos, valores, expectativas e objetivos distintos, as opiniões e os comportamentos expressos por meio da fala e dos gestos ocorrem geralmente a partir das experiências vivenciadas e do ambiente que o indivíduo está inserido.

Costumeiramente, é dada mais importância ao que é verbalizado, já que a correria do dia-a-dia acaba oferecendo pouco espaço para a leitura do corpo que silenciosamente se manifesta. A pressa pelo alcance de resultados, a competição cada vez mais acirrada, o pouco tempo para a execução das tarefas, por exemplo, impede as pessoas de enxergar o outro na sua plenitude, a sua essência. Falta paciência e interesse para ouvir o outro e ler os sinais que ele emite. Nesse cenário, julgamentos errôneos são feitos, interpretações são equivocadas e a comunicação é prejudicada.

Por isso, o aprimoramento da capacidade perceptiva como ferramenta estratégica na identificação das contradições entre o que é falado e o que o corpo demonstra ajuda nos relacionamentos interpessoais e na tomada de decisões. Importante lembrar que existem pessoas peritas na arte da dissimulação, da mentira, da manipulação. Por isso, quanto mais aprimorada a leitura e a interpretação dos sinais corporais mais as pessoas estarão atentas às situações ou tentativas de dominação, como também mais preparadas para lidar com as emoções pessoais e alheias.

Elizabeth H. de Oliveira Historiadora e Pedagoga. Pós-Graduada em Pedagogia Empresarial e Gestão de Pessoal. MBA em Gestão Administrativa. Consultoria e Palestrante.

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