Não dá mais pra esperar, pois já está dando quase para desesperar

Por toda parte, onde quer eu vá, escuto o discurso da mudança ser proferido a todo vapor verbal. Vapor que falta na hora de transformar o discurso em reais providências práticas e ações imediatas. A verdade é que, na hora de fazer a mudança acontecer, evapora-se o gás da maioria. E tudo continua do mesmo jeito, como sempre foi, sem nenhuma variação no seu arranjo fundamental. Sobretudo o enfadonho discurso de mudança, sempre defendida com malabarismos filosóficos e requintes verbais…

O muito que se faz é “dourar a pílula” ou dar um novo sabor à pizza que, basicamente, continua a mesma de sempre. Mudança que é bom, nada.

As pessoas defendem a necessidade de mudança mas na prática não desejam que ela realmente aconteça. Intelectualmente elas sabem e reconhecem que a mudança é necessária, mas cultural e emocionalmente continuam bloqueadas, quase que completamente paralisadas em termos de iniciativas concretas para mudar.

Não deixa de ser confortável imaginar e falar a respeito do melhor dos mundos sem ter que correr os naturais riscos de torna-lo real. Entretanto, se de um lado é confortável não fazer nada, de outro é angustiante, desesperador mesmo, ver as coisas se agravarem a cada dia no mundo em que vivemos, por falta absoluta de iniciativas concretas voltadas para mudanças profundas e verdadeiras na nossa sociedade.

O medo de mudar é o medo de perder e o medo de perder nada mais é do que o medo de morrer. E ninguém acha agradável morrer. Mesmo quando morrer significa livrar-se de uma realidade desagradável e inoportuna. Como diz o ditado, “mais vale um inferno conhecido do que um céu duvidoso”.

Assim as pessoas vão sobrevivendo na mesmice de sempre, sonhando e falando de um jardim de delícias que nunca virá, uma vez que sua vinda pode depender de mergulhar, ainda que temporariamente, no pior dos infernos.

A verdade nua crua dos tempos atuais é que não iremos muito longe, ou melhor, não iremos pra lugar nenhum que valha a pena ir, nem pessoal nem coletivamente. Estamos à beira de uma grande catástrofe: o colapso total das nossas instituições políticas, sociais, econômicas, religiosas. Essas estruturas só mudam, quando as pessoas mudam. E como as pessoas continuam se recusando a mudar, essas estruturas permanecem imóveis, paradas no tempo, completamente desequipadas para dar suporte ao novo tipo de sociedade que está surgindo nesta era de globalização.

Mudar é uma contundência. Mudar o meu modo de vida. Mudar minhas crenças, meu valores, minha maneira de ver a vida. Mudar meus conceitos e eliminar sumariamente todos os meus preconceitos disfarçados de “conceitos fundamentais” ou coisa que o valha. Mudar meu jeito de ser e de fazer.

Não ligue se ninguém se ligar. Não se incomode se ninguém mudar. Mude você. Deixe os caras falando sozinhos. Perca o medo, crie coragem, vá em frente. O medo é o instrumento que eles se utilizam para não deixar que você mude. Enquanto você tiver medo de alguma coisa, não conseguirá mudar, não conseguirá ir a parte alguma.

Não dá mais pra esperar, pois já está dando quase para desesperar.

Geraldo Eustáquio de Souza

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