A flexibilidade

Quando falamos em flexibilidade, falamos da capacidade de adaptar-se a diferentes realidades, transitando em qualquer área da organização, contribuindo de uma maneira intensa e produtiva, independente da situação ou do perfil dos pares de trabalho.

Analisando desta forma, vemos que é um comportamento fundamental, pois lidamos o tempo todo com diferentes gerações e perfis completamente distintos, além de encarar as constantes mudanças do mercado.

Só consegue considerar à necessidade de adquirir um novo comportamento e prosperar no seu desenvolvimento quem é flexível. Rigidez não combina com desenvolvimento.

Então chegamos a conclusão que a flexibilidade é uma oportunidade para o profissional? Sim, mas gostaria de apresentar-lhe outro lado deste comportamento.

O ser humano é um ser adaptável. Isso é fato! Conseguimos nos adaptar às mudanças climáticas, ao aumento da carga tributária, a qualquer novo cenário no qual somos envolvidos. Nós somos assim, funcionamos assim. E aí mora o perigo: nos adaptamos, e nessa adaptação criamos a nossa zona de conforto. Vamos exemplificar:

Imagine um profissional que durante anos foi envolvido com a empresa, comprometido, e que sempre produziu grandes resultados. Porém, a empresa passou por algumas mudanças e ele não consegue se entender com o seu novo chefe, que tem uma grande dificuldade em reconhecimento de méritos. E isso fez com que o seu trabalho perdesse o sentido, pois reconhecimento para ele é muito importante.

Provavelmente esse profissional trabalhará desmotivado e não mais renderá os resultados de antes. Encontrará diversas formas de enforcar o trabalho e não se envolverá como deveria. Consequentemente isso reduzirá o seu estresse e aparentemente estará mais tranquilo, pois tirou um peso das suas costas, a responsabilidade.

Esta é a grande ameaça da flexibilidade. Quando começamos a fazer deste novo cenário a nossa zona de conforto – e um grande profissional pode gostar de ser um profissional mais ou menos – é perfeitamente possível que ele internalize este novo comportamento e faça dele o seu novo perfil profissional. Cuidado!

As vezes você está desempregado e pensa: “Vou descansar alguns meses e depois começo a procurar um emprego.”. Você pode se adaptar a esta nova realidade e nunca mais será o mesmo, pois o sofá pode ser muito mais atraente.

“O maior inimigo do sucesso a longo prazo é o sucesso a curto prazo!”. Uma frase que constata muito bem o que estamos dizendo. Muitos profissionais começam a fazer sucesso, entram na zona de conforto, se adaptam a ela e não inovam. E o resultado nós já sabemos.

Então chegamos à conclusão de que a flexibilidade é uma ameaça para o profissional? Sim, caso você se adapte a uma realidade que não te levará a lugar algum, mas é também uma oportunidade quando utilizada para encarar as constantes mudanças do mercado e do mundo globalizado. Portanto, só cabe a você utilizá-la a seu favor ou contra você!

Quero terminar este artigo com uma frase do compositor Gabriel O Pensador: “Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo!”.

Alexandre Prates é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional. É também Master Coach, palestrante e autor do livro “A Reinvenção do Profissional – Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro” e da metodologia de coaching “Inteligência Potencial”. www.ica.com.br

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