Uma estratégia para ancorar estados

Ocorre que o estado em que estamos pode ou não ser apropriado para o que estamos fazendo. Há estados mais adequados para criar (por exemplo, liberdade de pensamento), para aprender (receptividade, curiosidade, interesse), para fazer amor (excitação, desejo, afetividade), para planejar (realismo), dormir (sono) e assim por diante.

Alguns estados vêm “naturalmente”, sem que precisemos agir conscientemente. Em algumas situações precisaremos intervir para acessar e captar o estado desejado.

Nestes casos você pode usar o procedimento abaixo, originário da Programação Neurolingüística (PNL) e baseado nos mais produtivos conhecimentos sobre o funcionamento da mente e organismo humanos:

1) Estado – Escolha o estado desejado, por exemplo, “disposição”.

2) Estímulo – Escolha um estímulo qualquer que possa reproduzir com precisão: um toque de 2 segundos no braço, um grito de guerra ou outro som, uma imagem, uma posição corporal, um fechar de mão. Este será o “gatilho” da âncora. Escolha um que só dependa de você.

3) Acesso ao estado – Relembre uma situação em que estava vivenciando o estado desejado. Veja o que estava vendo, ouça o que estava ouvindo, sinta o que estava sentindo. “Entre” na lembrança o mais que puder, expanda a experiência, permita que tudo o que sentiu se intensifique. Quando achar que chegou ao auge, acione o estímulo da âncora. Quanto mais intenso e puro for o estado, mais forte será a âncora.

4) Quebra do estado – Saia do estado: olhe em volta, pense em algo que tem a fazer, pense em algo que não tenha nada a ver com o que fez, sacuda o corpo ou mexa as mãos à frente dos olhos. Isto permitirá um melhor teste.

5) Teste – Acione o estímulo e verifique se entra no estado a ele associado. Se achar que não está satisfatório, retome o procedimento a partir do passo 3.

Daí em diante, quando quiser entrar no estado desejado, basta acionar a âncora reproduzindo o estímulo. Para reforçar uma âncora, repita o procedimento para o mesmo estado desejado e estímulo, mas revivenciando outra situação. Você pode também empilhar âncoras, associando estados diferentes ao mesmo estímulo, como motivação, curiosidade, interesse e disposição. E você pode ter várias âncoras: para usar na escola, no trabalho, no namoro e nos contextos que quiser.

As variáveis críticas do processo de ancoragem são:

1) A unicidade do estímulo: estímulos frequentes e comuns não são apropriados.

2) A intensidade do estado ancorado: quando mais intenso, melhor a âncora.

3) A “pureza” do estado ou congruência: quanto mais alinhadas as emoções e sentimentos, mais eficiente a âncora.

4) O estado atual – uma âncora pode não ser suficiente para fazer a transição do estado atual diretamente para o desejado. Neste caso podem ser necessárias algumas transições intermediárias, como por exemplo um estado mais calmo, relaxado ou neutro.

Virgílio Vasconcelos

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