Mudanças nada sutis

O historiador americano Steven Johnson, autor do livro “Como Chegamos Até Aqui“, defende que os avanços tecnológicos mudaram a sociedade até mesmo mais do que os acontecimentos políticos. Nos últimos tempos, uma enxurrada de fatos mistura-se em cena e a plateia não tem tempo de assimilar tudo que acontece. Lava Jato e suas consequências no meio político, econômico e social; a vitória do polêmico Donald Trump deixa a todos apreensivos; Marine Le Pen ascende nas pesquisas na França com um discurso menos humanitário e bastante mais à direita do que a Europa está acostumada.

Executivos e empreendedores buscam incessantemente pistas que lhe permitam antever o futuro, avaliar riscos e validar suas decisões. Já descobriram que as variáveis são muitas, renovam-se o tempo todo e a leitura de cenários precisa ser rápida e cirúrgica. A tecnologia é a vilã e também a heroína, pode ser sua benção ou maldição. Melhor abraçá-la porque ignorá-la não a faz parar de existir e de evoluir.

Um exemplo disso é o sucesso mundial da Singularity University, universidade criada por um diretor do Google e que fica dentro de uma base de pesquisa da NASA, no Vale do Silício (EUA), o mais conhecido centro de inovação do mundo. Todos os seus cursos visam capacitar os participantes para aproveitar o poder das tecnologias para melhorar a vida de bilhões de pessoas.

Como Headhunter e Coach, acompanhei muitas mudanças de expectativas criadas pelas organizações sobre o perfil de profissionais que buscavam. A cada alteração de realidade econômica, cada inovação transformadora, também o recrutamento se alinhava na procura por formação e competências novas ou mais completas.

Há dez anos, um bom diretor de marketing precisava comprovar experiências em campanhas de comunicação televisiva; hoje esse lugar exige alguém que conheça muito bem sobre marketing digital. Em vendas, o profissional mais desejado era o que tinha capacidade de liderar uma equipe campeã de vendas; hoje, além de vender muito, ele precisa saber fazer boa gestão dos KPI’s por meio de um eficaz sistema de CRM. No RH, a prioridade era pelo conhecimento de desenvolvimento organizacional, hoje esse profissional precisa também lidar com ferramentas tecnológicas como Linkedin ou o Glassdoor.

E você, está pronto para corresponder às novas demandas de sua posição? Se já aderiu a tecnologia, está atualizado? Já faz uso dela para agilizar seus processos, análises e validar suas estratégias? Estou pronto hoje? E amanhã?

Te convido a tentar responder as seguintes perguntas:

Quantos CEO’s possuem uma mentalidade digital avançada para nortear as estratégias das suas organizações? Quantos CEO’s, com os seus prováveis 45/55 anos de idade, sabem que é o Whindersson Nunes? (Youtuber mais popular do Brasil que conta com mais de 13 milhões de inscritos em seu canal na rede social de vídeos). Quantos conselhos de administração têm conselheiros com background no mundo digital?

Você sabe mensurar os impactos que a computação em nuvem trará para a sua organização e seus clientes?  Os desafios são crescentes e contínuos. Não tem caminho de volta. Aceite, investigue, teste, experimente e prepare-se onde precisar ser mais assertivo. Alguém já está fazendo isso hoje.

Cadu Altona é sócio-diretor da EXEC